terça-feira, 27 de agosto de 2013

Comprão-se escravos. Paga-se bem.






Por Pedro Lobo Martins



Como Começar a Melhorar o SUS

O Governo Federal, em seu ímpeto eleitoreiro/ideológico entre imposições e recuos estratégicos, tem que entender:

1) Que existe uma Constituição Federal a que ele é obrigado a obedecer.

2) Que existem Leis a que ele é obrigado a obedecer.

3) Que existem liberdades individuais que ele deveria respeitar.




 A saúde, pela Constituição Federal, é dever do Estado. Só que o Estado gasta pouco com o SUS e muito com uma miríade de coisas com que não é obrigado a gastar e com que não deveria gastar, incluindo bolsas pseudo-temporárias de cunho eleitoreiro e publicidade, entre tantas outras despesas inócuas, ineficientes e ineficazes.

Não é tão difícil assim começar a melhorar a assistência à saúde no país. Para isso o governo deveria, pelo menos:

1) Destinar mais dinheiro ao SUS.

2) Pagar gestores suecos, cubanos , suíços, norte-coreanos, americanos, japoneses e da Conchinchina  para prestar consultoria aos pobres políticos/gerentes brasileiros a fim de estruturar os serviços de saúde. É fato: no Brasil profundo, com raras exceções os brasileiros não dão conta.

3) Construir serviços de saúde de acordo com a RDC ANVISA 50/2002, e não de acordo com a cabeça dos pobres políticos/gerentes brasileiros.





4) Contratar médicos brasileiros, cubanos, norte-coreanos, chechenos e da Conchinchina, mas exigir ao mesmo tempo deles que prestem o Revalida. Se a contratação não for temporária, deve cumprir a Lei e instituir concurso público para todos, pagando diretamente ao médico efetivado, e não indiretamente a um "eventual" governo terceiro-mundista ou não, comunista ou não, vendedor de mão-de-obra.

5) Contratar enfermeiros, técnicos de enfermagem, bioquímicos, técnicos de laboratório, técnicos de raios-x, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e todo o pessoal necessário, pois sem eles o médico não faz quase nada e o paciente não é integralmente assistido. Se a contratação não for temporária, deve cumprir a Lei e instituir concurso público para todos, pagando diretamente ao profissional efetivado e não indiretamente a um "eventual" governo terceiro-mundista ou não, comunista ou não, vendedor de mão-de-obra.

6) Fortalecer o Sistema de Vigilância Sanitária, pois sem ele os pobres políticos/gerentes brasileiros vão colocar seus interesses e conveniências acima dos interesses e necessidades dos pacientes. A Vigilância Sanitária deve garantir que a estrutura física, os equipamentos e os recursos humanos dos serviços de saúde sejam adequados e que os diversos processos integrem sistemas de segurança e garantia de qualidade eficazes. Além disso deve fazer com que a engrenagem não funcone só na base de lucros, nos estabelecimentos privados, ou só na base da política, nos serviços públicos.
 

7) Focar na medicina preventiva, de baixa densidade tecnológica.

8) Pagar bem aos profissionais envolvidos. O trabalho em saúde, não obstante seu caráter humanitário, segue inexoravelmente as leis irrevogáveis do mercado. Obs: só o trabalho forçado e os regimes totalitários não seguem as leis  do mercado.

 Por fim, o Governo deve lembrar-se de que não são os cidadãos que devem servir ao governo, mas é o governo que deve servir aos cidadãos individuais, com seus desejos e aspirações individuais. O papel do Estado não é o de suprimir os sonhos e ímpetos das pessoas, mas o de incentivá-los, considerando as necessidades coletivas, para que ajam sinergicamente em prol da sociedade. Em uma democracia de facto  as liberdades individuais não podem ser sacrificadas em prol de interesses ideológicos ou mesmo de necessidades reais, quando as alternativas são claras e alcançáveis.


Piezas a precios asequibles

É impressionante como a liberdade é menosprezada por nossos governantes e pelos eleitores que a eles deram seus votos. Quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos podem satisfazê-las, disse Thomas Sowell. Durante séculos o Brasil trouxe da África milhões de escravos, pelos quais os chefes tribais africanos que operacionalizavam a "caça", sob ordens dos grandes traficantes, recebiam em troca aguardente, tecidos, quinquilharias e poder.

Hoje, este mesmo país não se envergonha em doar milhões ao regime de Fidel Castro em troca dos milhares de médicos que virão trabalhar no Brasil. Enquanto os médicos brasileiros vão ganhar cerca de R$10 mil, os seus colegas cubanos continuarão a ganhar pouco mais do que ganhariam na sua ilha de origem, ou seja, alguns trocados. E sem reclamar. O resto irá, via OPAS , para o regime de Cuba.



A reação do governo e de seus apoiadores aos protestos pretende negar o caráter escravagista da medida ao ressaltar que se trata apenas de terceirização de contrato de trabalho temporário. Mas  era exatamente este a característica da escravidão negra até o século XIX, dado que, devido à pequena expectiva de vida dos escravos, seu trabalho, na prática, assumia caráter temporário. Pergunte a Castro se ele permitirá que os seus médicos decidam o que fazer da vida quando quiserem. Pergunte a Castro se seus médicos poderão deixar sua ilha quando quiserem. Como todos os trabalhadores de Cuba, já eram escravos antes de deixarem Cuba. Apenas estão sendo comercializados, ou exportados, sob pretextos humanitários.








Que os Castro, como os antigos chefes tribais, não dão a mínima para as liberdades individuais ao agirem como traficantes de médicos-escravos para o mundo inteiro, não é nenhuma novidade. É como agem os comunistas e os coletivistas em geral. Uma medida não é automaticamente justificável quando beneficia a maioria. A população dos rincões do Brasil vai ser beneficiada, é claro. Como se beneficiavam da escravidão negra não só os proprietários de terra como toda a classe média urbana que usufruía de bens e serviços mais baratos. Até mesmo negros libertos saíam lucrando, pois muitos deles possuíam escravos. Mas, em pleno século XXI, devemos colocar os fins acima dos meios, ainda mais quando lidamos com a liberdade?


O que caracteriza os regimes coletivistas é, sobretudo, a abolição das liberdades individuais

O que assusta é como o PT e seus ministros, ao invés de atacarem um regime que cerceia a liberdade de seus cidadãos, agem em um conluio vergonhoso e anacrônico com o regime totalitarista inaugurado por Fidel para, com uma cajadada só:

1) auferir dividendos políticos junto aos seus eleitores, a maioria dos quais não faz exatamente elocubrações de filosofia política ante suas necessidades prementes. Vão é achar ótimo ser atendidos por escravos .

2) maquiar a situação calamitosa dos serviços públicos de saúde pelo Brasil afora: agora terão médicos sem qualificação auferida pelo Conselho Federal de Medicina através do Revalida e que, melhor ainda, não vão ousar reclamar da estrutura física precária, da gestão ineficiente, dos processos ineficazes, dos recursos humanos desqualificados e da falta de recursos materiais nos seus locais de trabalho.

3) contar com um exército, ainda que alófono, para proselitismo político;

4) ajudar a financiar o regime decrépito e moribundo dos Castro.





Em seu contrato "temporário" de três anos, os médicos cubanos serão supervisionados. Os feitores já estão abrindo vagas para capitães-do-mato. Dizem que os de cuba são os melhores.





É. Enquanto o SUS naufraga, os navios negreiros estão de volta.  E muitos brasileiros, cegos e surdos ao que acontece, acham ótimo!